Ana Laura Rios, 32 anos, corre há dois anos. Tudo começou com longas caminhadas, até que, com a Turma do Longo, em Campo Grande-MS, ela percebeu que nasceu para correr. Confira!

´´Sempre quis participar de algum esporte, mas nunca havia praticado qualquer modalidade. A corrida apareceu na minha vida ao acaso. Sempre gostei de caminhar e na pandemia me mudei para uma região perto de onde eu pudesse fazer isso. Sou muito ativa e ficar em casa o dia todo trancada não combinava comigo.

Eu vinha de uma perda recente também em 2019. Perdi minha mãe e tinha dois caminhos: ou seguia minha vida focada em algo ou eu iria me perder totalmente. Comecei as caminhadas, longas, como sempre gostei: 8, 12, 15 km sozinha. Sempre vi corredores e pensava “como eu admiro essas pessoas, por que correr é muito difícil”.

Até que um dia arrisquei! Pensei: ´´vou correr até ali!“. Alternei com a caminhada. No primeiro dia de corrida/caminhada foram 8K, em um ritmo de 8km/min. Com o tempo fui parando menos vezes para caminhar e fui evoluindo.

Lembro do dia que meu namorado me falou havia me inscrito numa prova. Havia apenas dois meses que estava correndo, mas fui assim mesmo.  Eram 6k de trilha e fiquei em 3º lugar na minha categoria. Pronto, ali eu vi que talvez eu tinha jeito pra coisa. E dali pra frente busquei melhorar cada vez mais, sem assessoria, treinando sozinha.

Cometi o erro de corredores iniciantes, sem qualquer noção ou conhecimento corporal e acabei me machucando. Voltei ao início, busquei fortalecimento mental e físico. Quis desistir, mas tive ao lado meu grande incentivador, meu noivo, que nunca desistiu de mim. E também minha assessoria e meu professor, por quem tenho grande admiração.

Em 2022 voltei para as competições após três meses sem competir. Posso dizer que nasci pra isso, que sou uma competidora nata. E a corrida me dá essa emoção: eu amo sentir o coração a mil, a falta de ar, o esforço fora do comum, a cabeça dizendo que aguento, que sou forte, mandando eu segurar a onda e ir pra cima.

Não me canso de dizer o quanto eu amo correr, que a corrida me salvou de tudo de ruim que um dia já fiz. Com a corrida sinto que lá do céu minha mãe está orgulhosa da mulher que me tornei. Eu digo e repito que o esporte salva. Quero permanecer assim até meus últimos dias, se Deus permitir. Sei que todo corredor tem dentro de si algo que o faz correr, por que a corrida é superação, é amor e quem é apaixonado nunca larga. É isso, corra!“

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Jornalista, pai e corredor. Vê a corrida como uma ferramente para fazer a vida fazer sentido. Não se preocupa em ser rápido, nem com a chegada. O que importa é o caminho...

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