Luis Carlos de Paula e Silva é administrador de empresas em Marília, interior paulista. Aos 55 anos, acaba de se tornar maratonista: depois de três anos de corrida, completou há alguns dias a SP City Marathon. Uma conquista suada, que teve seus momentos de dor, mas também os de prazer e alegria. Confira!
“Comecei a correr há três anos por conta da necessidade de praticar alguma atividade física. Aos poucos fui participando de provas curtas e aumentando a distância. Até que me senti em condições de enfrentar os treinos para uma maratona.
A rotina foi intensa, com desgastes, mas muito prazerosa. Me organizei bem para isso e não encontrei dificuldades para conciliar treinos, família e trabalho. A motivação necessária vinha exatamente da família, mas também através dos treinos com os amigos e treinadores da MLF. Aliás, que trabalho fez a assessoria. Cheguei bem e em condições de completar a SP City, minha primeira maratona.
Mas a história não é assim tão simples. Há dez meses eu fiz uma cirurgia de câncer de próstata. E a corrida foi a minha fonte de revitalização, me deu forças e me deu vontade de viver e superar o câncer.
Tanto que cheguei bem para a prova. Uma prova incrível em todos os sentidos. O clima estava ameno, um pouco frio até, o que facilitou o desempenho até os Km 21. Tive um pouco de dificuldade, com dores na coxa, depois do Km 34. Mas como o percurso era praticamente plano, tudo transcorreu bem.
Mas era uma maratona e não foi fácil superar os últimos quatro quilômetros, mas por conta da ansiedade e da emoção por estar terminando minha primeira maratona. No último quilômetro fui tomado por uma mistura de emoção e cansaço que resultou em lágrimas. Assim cruzei a linha de chegada. O sentimento que fica é que correr nos levas a experimentar todas as sensações de prazer e superação que movem o ser humano.
As dores e o cansaço são abrandados pela emoção e pela alegria na chegada. Chegada que na verdade é a partida para a próxima maratona. É muito bom ver um bando de loucos correndo por correr. Largando para poder chegar e chegar para poder largar. Melhor ainda é estar no meio deles.
Correr é isso!”