O médico Thiago Luís Serrano, 36 anos, corre há 10 anos. Em Campinas, há cerca de três anos treina com a D-Run, do experiente Décio Ribeiro. Seu companheiro de treinos e provas é o sogro, Paulo Massuda, 70 anos. Uma relação de amizade em que a corrida é um dos pilares. Confira!

´´Conheci meu sogro em 2007, quando comecei a namorar a minha esposa; nesta época nenhum de nós corria.

Comecei a correr em 2012, quando servi o exército como médico. Durante o período de treinamento tínhamos que correr e também fazer o TAF (teste de aptidão física) para poder realmente ingressar como médico do Exército Brasileiro.

Foi lá que comecei a tomar o gosto pela corrida, mas me aventurava apenas nas pequenas distâncias (5 km). Nesta época, lembro que meu sogro foi ver uma prova que eu e minha esposa íamos participar e começou a se interessar. A partir daí ele pegou o gosto pelo negócio e deslanchou, fazendo várias meias maratonas, ao contrário de mim, que pela rotina de residência e começo de carreira, não estava me dedicando muito às corridas.

Em 2016, quando entrei na Bodytech Campinas, conheci o Décio e suas aulas de corrida. Foi neste momento que o bichinho da corrida me picou de vez. Participava das aulas de corrida religiosamente e via que estava evoluindo.

Então, em fevereiro de 2020, um mês antes do começo da pandemia, em uma viagem em família, surgiu a oportunidade de correr uma meia maratona, em Barcelona. Meu sogro já PHD em meias maratonas e eu fazendo minha primeira. Comecei a treinar, correr nos finais de semana e o Décio me dando uns toques durante as aulas da academia. Coloquei na minha cabeça que iria fazer minha primeira meia abaixo de 2h. Deu certo: 1h54min!

A partir disso, resolvi que precisava de uma assessoria. Não dava para continuar treinando só por conta, sem uma pessoa experiente para orientação. Foi então que resolvi começar na D-RUN. Sabia que era a melhor, porque tem um professor que tem uma bagagem de corrida imensurável.

Então tudo começou! Iniciei os treinos com o Décio, que acolhe a todos na assessoria de forma similar! Não há preconceitos ou qualquer impeditivo. Ele sabe que cada aluno é individual, com seus limites e sonhos e a partir daí ajuda todos a alcançá-los, inclusive desperta muitos sonhos que nem sabíamos que tínhamos.

Neste momento, comecei a incentivar meu sogro a também entrar para a assessoria. Sempre falei que um senhor de quase 70 anos precisava de acompanhamento. No começo ele foi meio relutante e dizia que a assessoria do Décio só tinha profissionais, gente que corria muito bem e que não teria cabimento ele fazer parte. Conversei, conversei até que consegui levá-lo. Aí ele deu o braço a torcer e viu que o Décio respeita as idades e ao mesmo tempo incentiva a conquista de desafios cada vez maiores.

A partir disso, a cada dia estávamos mais ligados; sempre conversávamos muito sobre corridas e treinos, deixando até, algumas vezes, minha esposa (filha do Sr. Paulo) com ciúmes por conversarmos tanto e termos tanto assunto em comum (risos).

Logo, começamos a sempre nos inscrever nas provas juntos. Alinhamos quais vamos correr, combinamos caronas para os treinos em Joaquim Egídio, Pedra Grande ou qualquer outro lugar. E assim vamos fazendo até hoje!

Uma história engraçada foi a de uma corrida que meu sogro sempre teve vontade de fazer e que acabou me puxando ao trail run. No final de 2021 nos inscrevemos para a KTR e combinamos que íamos fazer os 12K, por ser nossa primeira trail. Sempre conversando com o Décio e alinhando as coisas.

Em um domingo, durante um treino na lagoa, assim que termino meu treino, me dirijo para a barraca da D-RUN, encontro meu sogro e recebo a seguinte notícia: “Thiago, ouvi o Décio conversando aqui com o pessoal da organização da prova (KTR) e esse ano por estar voltando de pandemia, vai ser mais fácil (fácil para KTR até hoje não sei o que é). Então, aproveitei e pedi para o Décio conversar com eles e transferir nossa inscrição para os 21km!”. Pensei comigo: “olha a fria que Sr. Paulo está metendo a gente!”. Mas nem pude falar nada, afinal, se ele com seus 70 anos ia para os 21k, como eu ia dizer não?! (risos)

Certa vez, na KTR Ilhabela, acabamos a prova, duríssima, e fui ajudar meu sogro a se hidratar e tudo mais na chegada. Estava tudo bem, quando resolvemos sentar com todos os amigos da assessoria e o Décio para petiscar e tomar algo. De repente, meu sogro começa a ficar branco branco branco (queda de pressão); mobilizamos todos, deitamos ele na cadeira, logo melhorou! Mais cinco minutos, novamente, branco branco branco; deita novamente… três vezes o mesmo cenário! (risos) Depois tudo ficou bem!

Creio que a D-RUN permite tudo isso: aumentar laços de amizade, companheirismo e também traçar novos desafios. Abriu novos horizontes para nós nas provas de corrida, conhecemos as corridas de revezamento – uma que já fomos pela duas vezes seguidas e que está sempre no nosso calendário é a Volta a Ilha -, permitiu conhecermos as corridas de montanha e acreditarmos que nenhum desafio é impossível de ser alcançado!

Acho que uma de nossas próximas metas será uma maratona (meu sogro sonha em completar a maratona de NY), que ainda não corremos; assim como desbravarmos novas corridas de montanha e novos treinos com o Décio nas trilhas.´´

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Jornalista, pai e corredor. Vê a corrida como uma ferramente para fazer a vida fazer sentido. Não se preocupa em ser rápido, nem com a chegada. O que importa é o caminho...

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