O comprometimento do gerente financeiro Fabrizio Scavassa com os treinos é algo que somente aqueles verdadeiramente determinados conseguem manter. Principalmente quando se está falando de um atleta amador. Aos 38 anos, morador de São Paulo e atleta da Ação Total, Fabrizio tem em seu currículo, além de muitas provas mais curtas, 42 meias e oito maratonas. A mais rápida das maratonas foi na Disney, em 3h15min, em 2014. Desde então, o atleta treina e corre, literalmente, atrás do seu sonho: ser sub 3 horas na maratona. Confira o seu depoimento!
“Comecei a correr com uns 9 anos por influência do meu pai, que também praticava corrida. Com 9 anos participei de uma corrida organizada pela igreja São João Gualberto, no bairro de Pirituba. Fui terceiro colocado na minha categoria e conquistei minha primeira medalha.
Na adolescência, entre 15 a 17 anos, treinava no SESI Piratininga e fazia provas de pista, saltos e lançamentos. Praticava três a quatro vezes por semana e o foco era mais as provas curtas, de 800 e 1.500 metros.
Durante a faculdade eu fui bolsista e praticava corrida pela Atlética. Mas a esta altura já havia migrado para corrida de rua e costumava fazer provas de 5 a 10K.
Fiquei um período parado entre 2008 e 2010. Ao retornar, em 2011, comecei novamente a corrida na rua e em maio do mesmo ano entrei para a Ação Total, onde comecei a treinar mais especificamente para provas longas como meia maratona.
Em 2013 fiz minha primeira maratona no Desafio do Pateta na Disney. Eram 21K no sábado e 42K no domingo. Algo muito distante de se imaginar um ano antes. Com ajuda da assessoria e seguindo as planilhas de treinamentos, foi possível concluir as duas provas. E com um tempo bom para uma primeira maratona.
No ano seguinte, já muito mais maduro como atleta de longa distância, fiz o Desafio do Dunga, na Disney novamente. Corri 5K, 10K, 21K e 42K entre quinta e domingo. Foi nesta prova onde consegui meu melhor tempo da maratona até hoje: 3h15min.
A corrida me deu a chance de conhecer pessoas e lugares. E entre as maratonas que já concluí, estão as da Disney (2013, 2014 e 2015), Maratona Autêntica de Athenas em 2015 – é chamada assim porque tem o mesmo percurso das Maratonas das Olimpíadas de Athenas de 1896, a primeira da era moderna, e de 2004. A chegada é no Estádio Panathinaikos, inaugurado em 566 AC – e a Maratona de RapaNui realizada na Ilha de Pascoa em 2016.
Esta última foi meu melhor resultado em provas. Fui terceiro colocado no geral. Fiz uma preparação de oito meses para a prova e não tive qualquer lesão durante a preparação.
Atualmente treino pela manhã e tento encaixar meus horários com meu trabalho. Costumo também, alguns dias de semana, quando não é possível treinar pela manhã, ir para o trabalho de transporte público e levo uma muda de roupa para voltar correndo para casa.
A corrida é muito importante para mim. Ela ultrapassa o meio social. Me dá qualidade de vida e bem-estar. Preenche várias lacunas, desde uma viagem para conhecer algum lugar – vejo se é possível encaixar uma prova -, confraternização de amigos, principalmente nas provas em equipe, como a tradicional Volta à Ilha, Florianópolis.
Como todo maratonista, tenho o sonho de alcançar grandes marcas pessoais. Tenho um desejo muito grande de um dia fazer uma maratona sub 3 horas. Uma marca muito difícil de ser atingida por qualquer maratonista amador, mas não impossível. Para um amador, fazer uma maratona abaixo de 3 horas, tem o mesmo peso da vitória para um profissional.
Hoje, com a evolução da tecnologia, ajuda ter uma planilha com acesso no celular. Com o SisRUN consegui concentrar os resultados das minhas provas realizadas de 2011 até hoje. O sistema permite consultar num só lugar toda a minha evolução.
Acredito que o sucesso do corredor amador é fruto da união de treinador e atleta. Os treinos são disponibilizados, mas se não houver dedicação e empenho, mesmo com o melhor técnico do mundo, não há resultado. Por isso é importante a sinergia entre o treinador e o corredor. Sempre que preciso, em caso de lesão, viagens repentinas ou uma nova programação de prova, o treinador é acionado para fazer ajustes na planilha. E com esta planilha online, eu pego o novo cronograma de treino tão rápido quanto a postagem do treinador”.
Muito boa reportagem mostrando a história de um atleta!!!