marcia proença

Márcia Proença trabalha com corrida de rua em Santos desde 2006. Era avaliadora física de uma assessoria esportiva e nas provas tinha a nobre missão – aliás, é disso que falamos quando falamos de corrida – de fazer o caminho inverso do percurso incentivando e buscando os últimos atletas da equipe.

Acumulou histórias, experiência e desenvolveu um forte espírito de trabalho em equipe. Desde 2012, ela pode empregar todo este conhecimento na MP Team, assessoria esportiva que dirige junto o marido e sócio Leandro Nogueira.

“Comecei a trabalhar com corrida em 2006 e em 2007 surgiu a oportunidade de fazer o trabalho de ‘resgatar’ os alunos da equipe na Meia Maratona do Rio de Janeiro. Era como ser a ‘coelha’ dos últimos. Fechei a prova com o nosso último atleta em 2h32min. Eu me sentia uma salva-vidas. Sentia a gratidão o dos alunos depois da prova. Seis dias depois dessa meia descobri que estava grávida de nove semanas. Foi susto, mas isso fez com que a prova marcasse a minha vida”.

Em abril de 2008, o filho de Márcia nasceu. Ela já estava afastada das corridas e da assessoria em que trabalhava. Alguns meses despois, em outubro, montou um grupo de corrida numa academia de musculação. Era o embrião da MP Team.

“Começamos o grupo com dois alunos e três anos depois já éramos quase 100.  Então, em 2012 tomei a iniciativa de montar minha própria assessoria. Tive a ajuda do meu marido, que era administrador de empresas e trabalhava na área financeira da prefeitura. Desde então estamos juntos nesta jornada, como sócios. Hoje ele cursa Educação Física e não vê a hora de poder atuar como educador na MP Team”, relembra Márcia, que também tem alunos de triathlon e ainda oferece treinos de corrida para crianças acima de sete anos.

As lembranças dos primeiros dias, semanas e meses da MP Team ainda estão na memória de Márcia. Era 27 de novembro de 2012 quando a assessoria nasceu de fato, na praia. No primeiro treino eram apenas três alunos, que já conheciam a treinadora. Entre eles, Luiza Barradas, de 56 anos, que segue Márcia há oito anos, desde o grupo de corrida na academia.

“Ela já fez quatro meias e levou filhos, netos e noras para a corrida. Um exemplo de praticante. Nessa época eu trabalhava com planilhas de Excel para montar os treinos deles. Nossa primeira corrida foi o Circuito das Estações em março de 2013. Já éramos quase 30. Mas nosso primeiro pódio foi no triathlon, também em 2013. Só tínhamos um atleta na modalidade e no Troféu Brasil, em Santos, ele foi quarto na faixa etária”.

O constante crescimento das corridas de rua faz com que a treinadora esteja sempre buscando novidades na área de treinamento desportivo. Até para acompanhar o crescimento da MP Team.

“Estamos sempre buscando nos atualizar, investir em novos programas de treinamento, cursos, etc. Temos atletas de Santos, Cubatão, São Paulo e de todo o litoral. Hoje temos uma procura bem maior do que no início, em 2012.  Temos mais provas, há mais marketing dos benefícios do esporte, o baixo custo da corrida e aqui ainda temos a praia”.

Para acompanhar o ritmo, gerenciar a assessoria e atender bem os alunos seja nos treinamentos quanto no envio das planilhas, Márcia e Leandro usa o SisRUN, que facilita a rotina da assessoria.

“Ajuda muito o nosso dia-a-dia. Os alunos conseguem baixar as planilhas pelo aplicativo e manter contato com a gente sobre os treinos. Também facilita a montagem dos treinos. São muitas oportunidades”, explica Márcia, que não se esquiva quando o que está em pauta são alguns temas polêmicos que envolvem o mundo das corridas:

Caminhantes ou corredores extremamente lentos nas provas;

Para os corredores que buscam baixar tempo fica complicado. Numa prova que tem percursos de 5 e 10K, eles podem encontrar barreiras mais à frente, impedindo u mesmo dificultando a passagem dos mais rápidos. Acho que os organizadores deveriam planejar melhor, sem privilegiar um ou outro.

Grupos de corredores que ocupam o lugar das assessorias esportivas;

Não gosto, apesar de saber que o objetivo seja agregar novos praticantes. A falta de orientação pode ser prejudicial aos corredores.

Treinões organizados pelas marcas (algumas se posicionam até como assessorias esportivas);

Não curto muito e nem organizo a presença de meus atletas. Nem sempre há orientadores e o treino acaba sendo apenas marketing.

 

 

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Jornalista, pai e corredor. Vê a corrida como uma ferramente para fazer a vida fazer sentido. Não se preocupa em ser rápido, nem com a chegada. O que importa é o caminho...

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