Há pouco mais de cinco anos, o controlador de produção Cleiton Iglécia Catharino, de 31 anos, começou a correr para perder peso. Na época, com 97 quilos, não fazia ideia de onde aquele “lance de corrida” iria o levar. Disciplinado e obstinado, o atleta, que treina na M-Athetics com Mário Augusto Vasquez, correu em abril a Maratona de São Paulo em 3h13min. Confira!

 

Como começou o seu envolvimento com a corrida?

Comecei a correr há cinco anos e no início, o motivo ou a motivação, era a perda de peso. Na época eu pesava 100 quilos e não conseguia correr 200 metros sem intercalar com caminhadas. Aos poucos isso foi melhorando e meu peso reduzindo. Hoje tenho 77 quilos e devo tudo isso a corrida. Eu via amigos correndo e me inspirava neles. ‘Se eles podem, eu também posso’, eu pensava. E assim, cheguei no peso desejado.

 

Como foi sua evolução nas distâncias?

No início minhas metas eram voltadas ao tempo em atividade. Ficar 40, 50 minutos ou uma hora correndo. Aos poucos fui me condicionando e comecei a colocar as distâncias como metas. Iniciando nos 5k, 10k, 15k e com dois anos de corrida fiz minha primeira meia. E o desejo de correr os 42k veio logo depois disso, mas foi preciso mais dois anos até a primeira maratona, em 2018, que completei em 3h45min. Aí veio a vontade de correr uma ultra em em dezembro de 2018, cinco anos e meio de corrida, fiz uma prova de 70K.

 

Como foi sua rotina de treinos? Conciliar com trabalho, famíia, etc

A pior foi o volume. Rodar um volume alto demandava dois períodos e isso significava acordar às 4h da manhã pra rodar 8k a 12k, aguentar o dia de trabalho e depois rodar mais 12k à tarde. Tinha algumas vezes na semana que ainda precisava encaixar fortalecimento na academia e isso fazia com que eu ficasse bem esgotado no final do dia. Conciliar toda essa rotina não era fácil, nem sempre conseguia fazer as vontades da família, como reuniões ou festinhas. Alguma coisa eu tinha que optar por não fazer. Mas fazia parte do processo para conquistar meu objetivo e eles sempre me deram todo apoio necessário. Não teria conseguido sem eles.

 

Sua cabeça trabalhou bem com tudo isso?

Parte do treinamento era controlar a mente. Por várias vezes o corpo queria desistir, quando na verdade o sair treinar era mais para condicionar a mente focada do que o próprio corpo em si. O corpo já estava preparado e era a mente que eu precisava preparar.

 

cleitonComo foi sua prova?

Eu havia dividido minha prova em três partes. Primeira parte do 1km aí 15km, que planejei fazer totalmente controlado num pace de 4:50/km, pois tinha muita subida e o risco de forçar e quebrar no final era grande. Acabei por chegar no final dessa primeira parte com pace de 4:46 e muito bem condicionado. A segunda parte era do 16km ao 30km, em que minha ideia era rodar em 4:40 a 4:50 e quando cheguei no 30Km estava com pace de 4:39. Nesse momento eu respirei, analisei minhas condições, percebi que estava muito bem ainda e poderia forçar um pouco mais. Aí iniciou a terceira parte da minha prova, os 12km finais, quando forcei um pouco mais do que no início, mas controlando bem a euforia e o psicológico. terminei a maratona com pace médio de 4:35/km. Muito melhor do que eu poderia imaginar.

 

Como a corrida interfere no seu dia-a-dia? Humor, motivação, disciplina…

Sempre fui muito disciplinado e dedicado em tudo o que me proponho a fazer. Com a corrida eu percebi que tenho muito mais essas duas qualidades do que pensava. Parte do sucesso que tenho hoje com a corrida se dá por conta da disciplina. A corrida me faz alcançar coisas que pensava que nunca ia alcançar. Isso é motivação! É sempre fico mal-humorado quando não corro.

 

Tem algum sonho em relação às corridas?

Hoje meu sonho é ser melhor do que fui ontem. Pensando assim consigo chegar muito mais longe e sem limites.

 

cleiton1Como seu treinador e o SisRUN se encaixam nesta jornada?

Hoje só tenho a agradecer por ter encontrado esses dois “recursos” essenciais para meu desenvolvimento. Muitas vezes, comigo mesmo, até já chamei ele de louco e me perguntei onde ele está com a cabeça de me fazer treinar tanto. Mas isso foi primordial pra eu alcançar o que alcancei nessa maratona. Confio no trabalho dele, ele confia na minha determinação e assim vamos longe, juntos! Não posso deixar de lembrar também de duas pessoas importantes para essa conquista. O meu personal trainer Beto (Academia Beto Ninja) e a nutricionista Renata Candido, que complementaram pontos extremamente necessários para o objetivo.

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Jornalista, pai e corredor. Vê a corrida como uma ferramente para fazer a vida fazer sentido. Não se preocupa em ser rápido, nem com a chegada. O que importa é o caminho...

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