Praia do Cassino, 226km, 54 horas, Barras do Chuí e Rio Grande… Essas palavras representam algo para você? Para o diretor e treinador da Re9 Assessoria Esportiva, Arthur Moraes, 37 anos, elas representam tudo neste momento. A Extremo Sul Ultramarathon – 12 a 14 de novembro – é o seu grande desafio no momento: correr os 226km da Praia do Cassino, a maior praia do mundo. A jornada de treinos segue em paralelo aos trabalhos na Re9 e ao dia-a-dia com a família. Atleta, treinador e pai de três filhos – Gabriella, 14 anos; Kiara,12; e Enzo, 8 – Arthur acha que será outra pessoa após esta jornada. Confira!
“Por incrível que pareça, até o início da adolescência era muito difícil correr. Eu tinha crises muito fortes de asma e falta de ar. Então só comecei a correr após as crises diminuírem. Comecei correndo pequenos percursos, sempre buscando me superar, sempre tentando correr um pouco mais. Sem técnica e sem planejamento! Na faculdade tive a oportunidade de estagiar em uma equipe de corrida, aprendendo sobre técnicas e métodos de treinamento. Fiz alguns cursos e em setembro de 2015 decidi montar a minha equipe, a Re9 Assessoria Esportiva.
Comecei a participar de provas curtas, de 3 e 5K. Conforme ia evoluindo com os treinamentos eu ia aumentando as distancias gradualmente…10, 21… Até que veio a primeira maratona, em junho de 2017, a Internacional de Porto Alegre. Mas eu queria mais, até que em março de 2019 eu corri os 50K da Supermaratona de Rio Grande, minha primeira ultra. Agora eu estava em casa: as ultramaratonas. Além da primeira, outra marcante foi a TTT, Travessia Torres Tramandaí (82K). Enquanto treinava e corria estas provas alimentava o sonho de correr a Extremo Sul Ultramarathon. Confesso que os planos não de correr agora, mas o convite do amigo e fera das ultras, Carlos Dias, foi irrecusável.
É o meu grande desafio até aqui. Uma prova difícil para qual estou me preparando física e mentalmente. Tenho uma equipe com excelentes profissionais visando a preparação física para fortalecimento muscular e prevenção de lesões, nutricionista e psicólogo do esporte. Serão 226 quilômetros de adversidades! Terreno, mudanças climáticas, exaustão, sono. Estou me preparando para o pior, mas curtindo muito todo esse processo.
Com a pandemia, tive que mudar totalmente minha rotina. Mudança de horários e de estratégia para enfrentar a ausência de provas alvos. Isso inevitavelmente acabou impactando nos treinos, me desestimulando… Praticamente recomecei do zero, redescobrindo o meu propósito na corrida.
Tem sido ainda mais difícil conciliar treinos, com família e trabalho. Passo boa parte do dia trabalhando na academia. Foi necessária uma reorganização total. Mas com acompanhamento profissional tem se tornado mais fácil. Claro, tem Arthur pai de família, o Arthur empresário e treinador e o Arthur atleta. A prioridade tem sido o Arthur atleta e todo o restante tem apoiado.
Mas tudo isso é por um grande propósito. Uma grande realização! Farei o possível e o impossível para completar esse desafio. Tem muitas pessoas trabalhando e torcendo para que eu cruze a linha de chegada. E posso afirmar que o Arthur da Re9 será outro após a Extremo Sul Ultramarathon”