A história do motorista de caminhão Marcelo Alcântara Brasil é muito parecida com a de milhares de corredores mundo afora. Obesidade, dores no corpo, remédios, vícios… Um passado difícil e sem saúde. Mas como é para frente que se anda – ou se corre -, Marcelo resolveu mudar o rumo da sua história em 20017. Confira!

“Moro e trabalho em Viamão, a 25 quilômetros de Porto Alegre-RS. Comecei a correr em 2017. Eu pesava 130 quilos, me sentia mal, sentia muitas dores no corpo e tomava remédios para dormir. Nunca havia praticado esportes, à exceção do tradicional futebolzinho de vez em quando. Corrida então, nem sabia o que era!

Quando comecei o objetivo era apenas emagrecer, sem outras pretensões, até que no final de 2017, já com 95 quilos, me inscrevi numa corrida de 10K em Porto Alegre. Fui o sexto colocado no geral e não parei mais de correr. Em 2018 corri quase 60 provas, pegando pódio geral em quase todas. Provas de 3, 5, 8, 10 e 21K. Quando não era no geral era na categoria.

No começo de 2019 eu voltava do trabalho, de bike, e na estrada vi um cara correndo. Falei com ele que eu queria um parceiro de corrida. Trocamos telefone, batemos um papo e ele me indicou o Cristiano Fetter, que até hoje é o meu treinador. Com ele mudei do asfalto para a trilha e tive uma evolução fora de série. E olha que no asfalto eu ando superbem, para quem era obeso e nunca praticou esporte. Correr com um pace de 3:10, mantendo, não é fácil!

Mas o início com o Cristiano não foi fácil. Eu achava chato seguir planilha, mas me adaptei e comecei a evoluir ainda mais. No ano passado, no Campeonato Gaúcho de Trilhas e Montanhas, no percurso curto, de até 9K, fui sexto colocado geral e campão na categoria de 40 a 49 anos.

Hoje a corrida é tudo para mim e não vejo sem correr e sem treinar. O dia que me tirarem a corrida não sei o que será de mim, por que é ela que inspira minha vida. Depois que o bichinho me picou eu tenho outro tipo de vida, outro condicionamento. Sou ex-fumante e ex-alcoólatra e há 10 anos não bebo nem fumo. A corrida preenche tudo e impacta 1000% nos meus dias. É inexplicável o que o esporte faz na vida das pessoas. Há quem ache demagogia e exagero quando dizemos ele muda tudo. Mas muda sim e eu sou uma prova viva disso!

Meus planos para este ano eram de ficar entre os cinco melhores do percurso longo no Campeonato Gaúcho e no Audax, um circuito paralelo ao gaúcho. Venho mantendo a rotina de treinos nestes dias diferentes, de coronavírus. Tenho a chance de treinar na zona rural, praticamente sozinho, em estradas de chão. E é exatamente esta a principal recomendação do treinador.

A assessoria é a base de tudo e de toda a minha evolução. Tudo centralizado no SisRUN. Por ali o Cristiano faz todo o trabalho comigo. Me envia as planilhas, acompanha os meus treinos, vê a minha evolução e me incentiva.

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Jornalista, pai e corredor. Vê a corrida como uma ferramente para fazer a vida fazer sentido. Não se preocupa em ser rápido, nem com a chegada. O que importa é o caminho...

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