Publicitária por formação, Karina Teixeira atualmente trabalha como consultora de projeto de live marketing e com marketing de influência direcionado ao universo running. Em São Paulo, onde mora, está retomando os treinos depois de algumas idas e vindas. Tem uma história de perseverança e resiliência. Confira!

Qual sua assessoria? Há quanto tempo?

Sou da Corredores da Zona Norte há um ano e meio. Porém, até antes da pandemia não conseguia estar presente nos treinos com a equipe por logística e horários do dia a dia. Quando veio a pandemia eles se estruturaram com treinos no zoom, me aproximei dessa família e na retomada aos treinos presenciais consegui encaixar na nova rotina e agora sim eu me sinto 110% parte dessa família.

Outubro de 2012

Quando e como foi o início na corrida? 

Foi em 2012. Digo que comecei a correr “sem querer querendo”. Acabei a faculdade em 2010, pesando mais de 100 quilos. No início de 2011, pré-formatura, comecei a querer perder peso e voltei à academia regularmente naquele ano. Foram menos oito quilos em cinco meses fazendo aulas de aeróbico e musculação. Porém, próximo ao Natal, tive um episódio de torção de um cisto de 400ml que me tirou dos exercícios por alguns meses. Pude voltar apenas no ano seguinte, e para continuar a perda de peso que ficou estagnada, decidi incluir uma hora de caminhada na esteira todo dia pela manhã.

Ansiosa que sou, chegou um momento que comecei a apertar o botão da velocidade e tentar dar umas corridinhas. Nunca pensei em correr de fato, pois tenho o tornozelo operado e das outras vezes que havia tentado, nunca consegui. Era como se eu não tivesse controle do meu pé após cinco minutos. Mas acabou que dessa vez foi diferente. Comecei a achar divertido e logo estava fazendo treino intervalado sem nem saber o que era isso. Fui aumentando a velocidade e o tempo de corrida e diminuindo o tempo caminhando. E assim foi o começo da minha história dos 5k aos 75k em 2017 (a maior distância que já fiz até hoje).

Como tem sido sua evolução?

Como já corro há oito anos, tive altos e baixos. De 2012 a 2017, posso dizer que foi uma curva crescente: os primeiros anos foram de evolução na velocidade junto com distância, passando pela primeira maratona em 2015 chegando aos 75k solo na Bertioga Maresias. Uma jornada que conta com vários desafios tidos como “insanos”, como 42k na Uphill, 42k solo na 28 Praias Costa Norte e Sul, e várias outras provas de variadas distâncias e dificuldades tanto no asfalto quanto na trilha.

Em 2018 eu tive o pior ano da minha vida em trabalho. O mercado publicitário é “do mal” e suga as pessoas até você espanar, pifar. Foi o que aconteceu comigo. O volume de trabalho era tanto, com madrugadas adentro quase todo dia e o tempo e força para treinar não cabiam no meu dia. Na época eu não tinha a inteligência emocional que tenho hoje para dizer aquele NÃO de boca cheia e barrar o trabalho abusivo.

Com isso fui ganhando todo o peso de volta que havia perdido no início e saindo aos poucos da minha rotina de treino e quando vi, estava correndo apenas 5k no fim de semana. Isso quando eu tinha forças. Ainda assim me meti em uma maratona e no Desafio Cidade Maravilhosa naquele ano, como fuga de todos os problemas que eu encarava diariamente. Foram momentos de reconexão comigo mesma, com a Karina corredora, com a Karina que amo ser. E assim tive minhas horas ali nos longos quilômetros para respirar e curtir a vibe da prova e da galera sem ninguém me passar um job novo. Foi libertador!

No início de 2019 eu percebi que levar daquele jeito estava sendo inviável. Já não conseguia mais correr 5k direto e precisava recomeçar definitivamente. Foi duro assumir que um dia já fiz 75k e agora precisava começar dos 2k, 3k novamente. Foram alguns meses com isso engasgado até que consegui finalmente aceitar e compartilhar isso no Instagram de forma clara. E foi a melhor coisa que fiz. Logo apareceram várias outras pessoas que estavam na mesma situação e fomos apoiando uns aos outros, dando um passo de cada vez.

No segundo semestre retomei aos 21k e às montanhas, mas logo em seguida vieram outras brecadas do universo: quebrei o dedo do pé e doía demais para correr e quando parou de doer, sofri um acidente de carro no natal.

Comecei 2020 me recuperando porque a pancada tensionou músculos próximos ao pulmão e respirar mais forte na corrida era muito desconfortável. Só sei que quando estava subindo a quilometragem de novo, veio a pandemia e me trancou em casa por cinco meses. Parece mentira né?

Mas nesses últimos anos, minha maior evolução foi mental, aprendi muito mesmo. Tanto que hoje tenho como propósito ser agente de transformação por um universo da corrida com mais saúde mental e diversidade ajudando outros corredores a viverem a melhor parte da corrida.

Desde agosto voltei aos treinos da rua, recomeçando do zero mais uma vez. E dessa vez fazendo um paralelo com o segundo semestre de 2012 que foi quando comecei a ir nas provas. Está sendo muito prazeroso e tenho curtido a jornada de cada dia de treino.

Como tem sido estes treinos?

Tenho treinado presencialmente com a assessoria, sendo funcional às segundas e quartas; e corrida às terças, quintas e sábados. Os estímulos de treinos variam e tenho focado nos 5k-10k, sem pressa de fazer longas esse ano. Atualmente tenho visado o ajuste dessa base das km menores, tão importantes pra corridas futuras. Depois de anos sem buscar performance, hoje eu tenho sim uma maior busca por melhorar minha corrida como um todo, é a “minha performance”, porque sei que tem um ritmo que me sinto mais confortável e feliz correndo. É nele que quero chegar novamente.

Como a corrida impacta sua vida atualmente?

Em todos os sentidos. Depois de mais de dois anos na base do “deixa a vida me levar, vida leva eu”, hoje trabalho melhor a disciplina, a consistência, a atenção concentrada e a busca por ser 1% melhor todos os dias. Ter retomado essa rotina mais dentro dos trilhos tem me feito muito bem física e psicologicamente, porque é o que amo.

Quais seus planos a curto, médio e longo prazo?

A curto prazo é seguir arrumando os ritmos de 5k e 10k. Depois voltar aos 21k no início de 2021 e depois para os 42k. A longo prazo, correr em várias pontes pelo mundo. Amo pontes!

Como tem sido esse período difícil que vivemos? 

Confesso que para mim não foi tão difícil assim falando de ansiedade, saúde mental e rotina. Desde que decidi sair do mercado de trabalho “tradicional”, já vinha trabalhando muito de casa, em formatos alternativos. Eu também tenho um prazer em curtir minha casa, meu canto. E disso só posso agradecer porque onde moro hoje tem uma varanda que me ajudou muito a não pirar. E falando de treinos, acho que já tinha tomado tanta rasteira nos últimos anos que não fiquei sem chão na hora que precisei parar de correr (mais uma vez!). Nunca havia ficado tantos meses com ZERO de corrida. Mas a assessoria deu tantas ferramentas a distância e criou um clima tão legal com as aulas no zoom que logo encaixei nesses treinos e supri parte da endorfina. Óbvio que não é a mesma coisa, mas me ajudou muito a voltar a fortalecer frequentemente (coisa que nem sabia mais o que era direito) e a criar uma rotina de exercícios diários.

Agora na reabertura, claro que ainda tem todas as partes ruins de máscara e distanciamento. Mas só o fato de poder sair, correr e ver os sorrisos nos olhos dos colegas mesmo que de longe, é gratificante demais. O amor à corrida sempre vai superar a dificuldade, por mais que eu precise ajustar a forma de correr, quanto, etc. e pra mim foi muito bom que com esse novo normal consigo estar presente nos pontos de treino e melhorou muito a qualidade do meu dia a dia.

Como a assessoria e Sisrun se encaixam nesta rotina?

A história começa até um pouco antes. Recebi um feedback de uma amiga sobre a assessoria não ter APP de treino e compartilhei com o Marcelo. Ele sempre é muito antenado e sempre busca colocar novos serviços e ferramentas pra galera. Inclusive se destacou muito na quarentena fazendo as lives, colocando uma programação legal no zoom pra gente, etc.

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Jornalista, pai e corredor. Vê a corrida como uma ferramente para fazer a vida fazer sentido. Não se preocupa em ser rápido, nem com a chegada. O que importa é o caminho...

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